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Mostrando postagens de março, 2023

Praticando a Recapitulação

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A recapitulação é uma antiga técnica de auto conhecimento e auto purificação a qual pratico a mais de três décadas e recomendo a todos que desejam conhecer a si mesmos e a realidade circundante de modo concreto e objetivo. Se assemelha a uma confissão sincera a si mesmo de seus próprios atos, somado a um intenso exercício de memória no qual se busca reviver em profundidade e nos mínimos detalhes um acontecimento do passado de nossas vidas. E finalmente culminando com um processo de purificação e liberação de possíveis nós, bloqueios e elementos estranhos que porventura tenham ficado marcados em nossa alma, alterando ou maculando de algum modo sua essência. O primeiro passo consiste na preparação de listas onde estão de algum modo ordenados os itens de nossa recapitulação. Para apurar a técnica é necessário que pelo menos no início as lembranças não venham de forma aleatória e confusa. Por isto a importância destas listas, nas quais o aspecto central são os nomes de todas as pessoas rel

Buscando a Unidade

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Somos um todo unificado mas constituídos por duas partes, dois lados em certo sentido antagônicos e ao mesmo tempo complementares. Muitas filosofias tomam partido de um deles e põem-se em luta contra seu oposto sem jamais reencontrar o princípio que os unifica. Vivem em uma eterna ruptura entre vida e razão, sujeito e objeto, ideal e existencial, singular e universal, abstrato e concreto, etc. É imprescindível sondar e compreender profundamente este mistério com todas nossas forças, persistente e pacientemente até que a verdade nos seja revelada. continua... Foto por Peter Canellov.

O exercício da Recapitulação

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A recapitulação é uma antiga técnica de auto conhecimento e auto purificação a qual pratico a mais de três décadas e recomendo a todos que desejam conhecer a si mesmos e a realidade circundante de modo concreto e objetivo. Se assemelha a uma confissão sincera a si mesmo de seus próprios atos, somado a um intenso exercício de memória no qual se busca reviver em profundidade e nos mínimos detalhes um acontecimento do passado de nossas vidas. E finalmente culminando com um processo de purificação e liberação de possíveis nós, bloqueios e elementos estranhos que porventura tenham ficado marcados em nossa alma, alterando ou maculando de algum modo sua essência. continua... Foto por Peter Canellov.

significados emocionais

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A degradação da cultura humana chegou a tal ponto que raramente pode haver real comunicação entre duas pessoas. Há sim uma troca de palavras mas as palavras não são entendidas com significados objetivos. Não se referem a coisas reais, mas apenas evocam uma espécie de emoção abstrata. Este processo apenas intensifica a sensação de aceitação entre os interlocutores e reafirma suas satisfações egotistas. continua... Foto; Lagoa da Conceição, por Peter Canellov.

Filosofia

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 A verdadeira filosofia não é uma atividade meramente intelectual, mas corporal, ou melhor dizendo, envolve e ocorre em nosso ser total. O filósofo busca estar consciente de sua própria unidade, ao mesmo tempo aberto para a presença da unidade da totalidade do Ser que o circunda. Alerta para contemplar de modo persistente e sincero o que se passa nesta clareira com intuito de se aproximar da verdade e obter o conhecimento. Percebe a própria realidade com todas as suas tensões e complexidades e aos poucos pode formar um quadro fidedigno e coerente da ordem cósmica. Notando a si mesmo e sua situação neste contexto, vai também descobrindo como viver de modo bom e harmonioso e o transmite a seus amigos e alunos. O registro textual deste conhecimento não é para ele uma prioridade mas uma consequência natural. Muitas vezes quando temos um texto pronto isto na verdade significa já a morte da filosofia. Quando um saber está em vias de se perder e poucos são os que o podem de fato compreende-lo

Ressuscitando Filósofos

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A verdadeira filosofia não diz respeito a palavras e textos mas a consciência da própria realidade; ao conhecimento que pode ser corroborado por experiência vivencial, quando o discípulo toma o mestre como exemplo, compreende e age de acordo.   Os textos e livros podem apenas apontar para esta experiência se o leitor for de algum modo capaz de trazer o escritor de volta a vida mesmo que imaginativamente. Deve-se e trabalhar com afinco para captar as varias possíveis camadas de significado que o texto evoca, isto deve ser repetido com perspicácia e paciência ate o ponto de ressuscitar o autor, e poder sentir sua presença real. Caso contrário teremos apenas texto morto e coisificado que só se refere a outros textos, a conceitos abstratos em nossa mente e palavras com significados vazios de realidade. continua... Foto por Peter Canellov.

pequena chama

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Não somos importantes. Em face do poder infinito e da presença da totalidade do Ser no qual estamos inseridos somos pó. Somos o mesmo que nada. Não criamos nem controlamos nosso próprio eu e nossa existência pode apagar-se em um piscar de olhos. Não obstante somos chama de consciência e enquanto nos é concedido temos o privilégio de brilhar traspassados e imbuídos deste mesmo poder infinito que nos cria e nos transcende. Continua... Foto por Peter Canellov.

Rigor filosófico

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Para estudar um texto filosófico com rigor, devemos ter paciência e ler cada frase com muita atenção tentando reconhecer o problema real que está sendo colocado pelo filósofo. Significa que precisamos fazer um esforço para reconhecer em nossa própria experiência perceptiva real o cerne do que está sendo dito e investigar quais experiências perceptivas reais o autor precisou vivenciar para se deparar com a questão. Se ater apenas a estrutura lógica do texto relacionando o discurso com outros textos sem buscar fazer esta ponte com a realidade concreta pode dar um panorama coerente dos conceitos mas no fim das contas será como atirar no vazio. É como alguém que pretende fazer uma viagem se valendo apenas do conceito de carro, ou matar a fome com um conceito de bife. Este tipo de abordagem é obviamente pueril e um erro elementar. continua...

O problema da razão

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Já que, como vimos, só é possível captar os conceitos universais das coisas através de percepção direta destas mesmas coisas na própria realidade e esta apreensão é praticamente instantânea, a quantidade de conhecimentos não verbalizados que que recebemos é imenso. Sobre este material de percepção nossa fantasia trabalha continuamente conforme o fluxo incessante de impressões gera símbolos imaginativos que vão sendo armazenamos em nossa memória de modo mais ou menos aleatório. Sabemos muito mas compreendemos pouco, e a tentativa de explicar e ordenar todo este material onírico é a função de nossa razão. O problema começa quando o medo do desconhecido e a não aceitação de fatos ainda não esclarecidos, faz com que aceitemos muito rapidamente certos esquemas mentais com objetivo de afastar tais temores, e em seguida nos ancorarmos em certa linha de ação prática e rotineira. Nossa razão constrói um mundo abstrato e esquemático que não tem relação direta com as coisas mesmas e ficamos desco

Gnosticismo

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Ao deparar-se com a força poderosa e infinita da presença do Ser em sua totalidade o ser humano pode responder com atitudes diversas. O Ser em sua totalidade pode ser encarado como hostil, ameaçador, desconhecido mas ainda assim fascinante, belo, e unificado por um princípio harmônico e inteligível. No entanto as vezes o ser humano é acometido pela experiência de encarar o universo inteiro como sem sentido, caótico, até mesmo maligno, opressor, e ilusório, uma prisão da qual se desejaria escapar. Nestes momentos a pequenez, finitude e limitação humana se nos apresenta como incapacidade. Nos sentimos desamparados, escravos das circunstâncias e sem nenhuma liberdade de decisão em face às forças incontestáveis e aparentemente incognoscíveis do universo. Esta atitude pode levar nos levar a uma indiferença quanto a própria responsabilidade de nossos atos e uma revolta contra o Ser. Uma negação do Ser. Continua... Foto: Lagoa da Conceição momentos antes do anoitecer, por Peter Canellov.