O problema da razão

Já que, como vimos, só é possível captar os conceitos universais das coisas através de percepção direta destas mesmas coisas na própria realidade e esta apreensão é praticamente instantânea, a quantidade de conhecimentos não verbalizados que que recebemos é imenso.


Sobre este material de percepção nossa fantasia trabalha continuamente conforme o fluxo incessante de impressões gera símbolos imaginativos que vão sendo armazenamos em nossa memória de modo mais ou menos aleatório.

Sabemos muito mas compreendemos pouco, e a tentativa de explicar e ordenar todo este material onírico é a função de nossa razão.

O problema começa quando o medo do desconhecido e a não aceitação de fatos ainda não esclarecidos, faz com que aceitemos muito rapidamente certos esquemas mentais com objetivo de afastar tais temores, e em seguida nos ancorarmos em certa linha de ação prática e rotineira.

Nossa razão constrói um mundo abstrato e esquemático que não tem relação direta com as coisas mesmas e ficamos descolados da realidade concreta.

Tal fenômeno pode chegar ao nível de não termos mais nenhum contato relevante com o mundo real, vivendo em uma bolha conceitual fantasmagórica que é nosso próprio ego.

continua...


Foto por Peter Canellov.

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