Comendo livros

Para compreender um livro é preciso mais do que se ater somente ao texto em si, é preciso buscar a experiência existencial que no autor inspirou a vontade de escrever.


Mais do que interpretar, colocar-se diante do objeto mesmo ao qual as palavras se referem e perguntar às próprias coisas se é assim ou não.

Deste modo é possível ir muito além do dito, e descobrir uma ampla gama de significados que a primeira vista passam despercebidos.

Começa-se a acessar os conhecimentos que não estão nas sentenças mas que estão de certo modo subentendidos em tudo que se diz.

Este método fará com que se adquira aos poucos uma compreensão muito mais ampla e profunda do que a estrita análise limitada aos termos e conceitos.

Por mais minuciosa e precisa que seja a análise linguística, ela é pobre comparada às experiências perceptivas de quem as vivenciou em primeira mão.

O leitor tem um longo caminho na busca para reavivar em si mesmo, ao menos de maneira análoga e imaginativa, as percepções diretas que deram origem ao conhecimento, e neste processo ele vai se aproximando cada vez mais da verdade que o livro encerra.


Foto: Pedra no Caminho dos Pescadores em Florianópolis, Santa Catarina / SC / Brasil, por Peter Canellov.

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