Pai e Mãe, os primeiros mestres
A vasta amplidão recortada em azul. Clara, sutil e celeste a cima. Profunda, escura e densa a baixo.
O céu atinge os olhos com brilho, a fronte com vento. O mar envolve o corpo, une-se ao peito em balanço.
Conduzido por mãos justas, vigorosas e gentis que me seguram com firmeza, a imensidão esmagadora e o movimento impetuoso são êxtase, pureza e beleza.
Tudo é um. Tudo é movimento. Os cabelos esvoaçam pra trás, o coração dispara na direção da boca enquanto o espírito se eleva alto.
No vai e vem das ondas altas meu primeiro despertar graças ao Pai. Nem mesmo a espuma lançada aos olhos é capaz de diminuir a exultação divina da consciência.
Indelevelmente gravada na memória, a primeira abertura para o Infinito criador jamais pode ser esquecida. Criança viva sendo, envolta no Ser.
Ao brincar comigo no mar, meu pai foi o responsável pelo meu despertar aos 2 anos de idade.
A primeira lembrança da vida. Um evento extraordinário que deixou uma marca profunda e positiva na memória. Jamais esquecida.
Meu pai e minha mãe foram meus primeiros mestres. Deve ser assim para quase todo ser humano.
As palavras de minha mãe sobre o pensamento, quando eu devia ter por volta de 5 anos, são dignas de nota:
Meu filho, nós usamos apenas 10% da capacidade de nosso cérebro. Caso conseguíssemos desenvolver e utilizar os outros 90% seriamos capazes de tudo que você possa imaginar.
Por exemplo flutuar no ar, mover objetos apenas com a força do nosso pensamento e praticar a comunicação telepática, sem a necessidade de palavras.
No mesmo dia eu comecei a tentar adquirir tais habilidades. Ficava horas olhando para algum objeto tentando move-lo.
Com o tempo percebi que não seria tão fácil. Aprendi que não era bem assim e que havia limites, talvez minha mãe não estivesse de todo certa, mas o importante foi a ideia de que podemos ir além do que somos. O desejo de desenvolver a inteligência.
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